quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Desvairou

Minha cara, 
É doce o presente, assim como o futuro aconchegado em seu embrulho. Em seu leito, tece um filme em sépia, com a leveza da brisa que emaranha os cabelos, que refresca o sorriso tão quente de reluzente e remexe o corpo como um acalanto. Tão pitoresco!
Então, minha cara, por que tantos embaraços ao desfazer os laços deste relógio promissor? 
Andarilhos são os pensamentos, que trôpegos, levantam a poeira do que há de vir, esfumaçando o que ainda está a caminho.  Intempestivos ares interiores que arrastam a matéria viva em seu estado deveras turbulento. À la gauche, interpreta o papel do presente, atarantando o tempo que o sucede. Que o precede. E daqui, o pitoresco reverencia Dali. Tão desatinado!
Minha cara, por que tanta culpa se o motivo da conduta é atender às demandas da câmera vital? 
A existência é o registro da graciosa arte. 
A pintura é única. Pode ser indiferente. Melhor, quando impressiona, inspira os expectadores e os próprios atores.
Por favor, menos delongas, minha cara!

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